Fragmento 132


Abri as portas de um paraíso secreto a jovens vaidosos, dispostos a sacrificar a aurora dos anos e a desafiar os deuses do Olimpo na passagem para um mundo mais cintilante e desejável; sem sofrimentos e dores aparentes, o poder, revestido de um luxo suntuoso e abundante, fazia deles querubins, que regiam banquetes intermináveis, reunindo-se em uma ordem de seres angélicos dedicados à vigilância e adoração. Circundante a olhos nus, agraciava-os no calor do impulso com o melhor dos vinhos e oferecia-lhes aquilo que o pensamento podia criar em troca do vigor que a juventude oferecia. Era uma ode à dolce vita, o leve percorrer por um caminho repleto de pétalas de cravos nevados do Éden, sob o manto alvo de uma ingênua e despida mocidade maculada.

Alecto Grego