O pronome 'eu' deve vir no final da frase?
Gramáticas portuguesas prescrevem que quando associado a outros, em frases neutras, o pronome eu deverá ser o primeiro, pois ele vai condicionar a pessoa do verbo.
A primeira pessoa (eu), associada a outras pessoas (tu, ele etc.) vai exigir que o verbo vá para a primeira pessoa do plural (nós). Situação idêntica acontece com o pronome tu, que também deve ser anteposto aos outros: tu e ele = vós (2.ª pessoa).
No entanto, quando se pretende realçar a outra ou outras pessoas por qualquer motivo (delicadeza em relações sociais, responsabilização etc.), podemos antepor a nossa pessoa (eu) as outras com quem estamos a falar ou a quem nos referimos.
No entanto, Celso Cunha e Lindley Cintra na sua Nova Gramática do Português Contemporâneo (Lisboa, 1984, p. 365-6) dão-te alguma razão:
Quando no sujeito composto há um da 1.ª pessoa do singular (eu), é boa norma de civilidade colocá-lo em último lugar:
Carlos, Augusto e eu fomos promovidos.
Se, porém, o que se declara contém algo de desagradável ou importa responsabilidade, por ele devemos iniciar a série:
Eu, Carlos e Augusto fomos os culpados do acidente.
Digo apenas alguma razão, porque a posição do eu deve depender segundo eles de o que se tem a dizer ser agradável ou não. Mas mais importante, os autores recomendam isto como uma "norma de civilidade"; do ponto de vista gramatical, ambas as ordenações são igualmente corretas, e na minha experiência é até mais comum começar com o eu".