Fragmento 117


Despertar e ser quem essencialmente sou requereu desapego daquilo que sempre esteve ao meu alcance. Mas que projetado como simulacro, em realidade, não contribuía para a minha existência. Não me tornava verdadeiramente feliz, apenas contornava alguns anseios – chegando à sofreguidão – dos mais íntimos aos levianos: pessoas, lugares, sentimentos, coisas. A falsa ideia de felicidade é facilmente vendida pela ilusão de que nós mesmos produzimos. A facilidade de acreditar que a felicidade reside geralmente em outro terreno, e não em nós mesmos, nos torna escravos de fantasmas criados pela nossa própria mente.

Alecto Grego