Fragmento 95


Se hoje o conhaque é uma bebida barata, não me importa! É a sua falta que suga o meu charme pelo ralo desta rala existência. Quem ousou roubar a minha melhor solidão? Antes, eu até brindava com a noite, seguia devoto dos sinais, sem paixão ou espasmo. Beirava com meu copo meio cheio, meio vazio. E essa tal perspectiva vira-lata? Foi-se o meu melhor tempo; e a sensualidade era apenas mais um capricho fajuto. Ah, quanta saudade de outrora! Jogado às cobras, só me restou o tédio aparente e impaciente. Quem mesmo fui eu, mon ami?

Alecto Grego