Fragmento 77


O homem é um animal solitário que vaga pela própria existência sem saber nem sequer aonde vai chegar. Esta tem sido a sua sina desde que se deparou com a intratável condição de ser quem é [...]. O homem, volto a dizer, é solitário — consciência da qual não se pode fugir. Pertence a uma raça dos diabos! Mas o que, verdadeiramente, admiro e, ao mesmo tempo, me assusto é perceber que é possível encontrar na arte a sua salvação. Sem a arte, o homem, provavelmente, não iria tão longe nem suportaria este mundo. O seu maior infortúnio, no entanto, é dispor do entendimento de quão inferior é diante de qualquer outra criatura viva.

Alecto Grego