O poeta e padre José de Anchieta é o terceiro santo brasileiro
O papa Francisco assinou, em 2014, a canonização do padre José de Anchieta (1534 – 1597) e o tornou oficialmente o terceiro santo brasileiro. São José de Anchieta agora se junta a Madre Paulina, canonizada, em 2002, pelo Papa João Paulo II, e a Frei Galvão, que se tornou, em 2007, no papado de Bento XVI, o Santo Antônio de Sant’Ana Galvão. Anchieta será santo exatos 417 anos depois de sua morte.
Nascido nas Ilhas Canárias em 1534, Anchieta veio para o Brasil aos 19 anos e aqui fez toda sua obra como evangelizador. A canonização de Anchieta foi oficializada por decreto, dispensando a exigência de comprovação de um milagre. A iniciativa de fazer desse modo partiu do próprio papa Francisco, que fez toda sua carreira na Igreja Católica na ordem jesuíta, a mesma de Anchieta.
Personagem seminal na construção do catolicismo no país, ele chegou a Salvador na comitiva do segundo governador-geral, Duarte da Costa, com 19 anos, e aqui morreu aos 63 anos no Espírito Santo, reconhecido como “o apóstolo do Brasil”.
Ao longo dos 43 anos em que viveu no país, ele participou da fundação de escolas, cidades e igrejas. Anchieta foi quem liderou a catequese dos índios tupiniquins e tamoios que se espalhavam do litoral sul do Estado de São Paulo ao Ceará.
Foi autor da primeira gramática brasileira, a Arte da Gramática da Língua Mais Usada na Costa do Brasil. Escrita em seis meses, a cartilha descreveu e sistematizou no papel uma “língua nova”, o tupi. Outra obra consagrada do poeta e padre está “Poema à virgem”. A obra do Padre José de Anchieta só foi totalmente publicada no Brasil na segunda metade do século XX.
Inúmeras razões dificultaram o processo de canonização de Anchieta. Ao longo da história, os jesuítas foram expulsos de Portugal e suas colônias, as leis da canonização mudaram, a Companhia de Jesus foi restaurada, os recursos financeiros acabaram e, por fim, não se comprovou nenhum milagre de Anchieta.
Com o objetivo de catequizar as almas “pagãs”, os jesuítas se espalharam para o chamado Novo Mundo, incluindo a Índia, a China e as Américas Central e do Sul. Mas foi no Brasil que os integrantes da ordem inaciana encontraram o celeiro ideal para a propagação da fé.
A literatura Informativa no Brasil pode ser entendida como um conjunto de relatos de viajantes e missionários europeus, sobre a natureza e o homem brasileiros.
A literatura produzida no primeiro século da vida colonial brasileira é constituída por documentos que informam acerca da terra brasileira e pela literatura jesuítica.
A “literatura jesuíta”, nos primórdios de nossa história visa à catequese do índio, à instrução do colono e sua assistência religiosa e moral.