Educação inclusiva
Apesar de a maior parte dos brasileiros concordar que a educação inclusiva é o caminho mais adequado para alcançar o ensino de qualidade, ela permanece atrelada a práticas idealizadas. A ideia de inclusão na educação no Brasil apenas ganhou força na década de 1960, no entanto, apresenta muitos obstáculos. Nota-se que as desigualdades sociais no país são o principal deles, pois afeta diretamente o acesso à educação.
O preconceito na sala de aula é uma das principais barreiras para que a educação inclusiva seja efetivada no país. Demonstrações corriqueiras de capacitismo em ambientes escolares são atos que, além de segregar, comprometem o desenvolvimento do aluno. Entretanto, os educandos precisam protagonizar a promoção das práticas inclusivas, pois devem respeitar e entender a diversidade na sociedade.
Para que a educação inclusiva seja aplicada nas salas de aulas das escolas brasileiras é necessário superar o preconceito e explorar as competências socioemocionais ao longo do ano letivo. A adesão a essas práticas traz uma série de benefícios, como a autonomia, a socialização e as chances reais de prosseguir com os estudos, além de aumentar as oportunidades de trabalho e contribuir significativamente para uma nova consciência humana e o desenvolvimento do país, como nação.
Competências socioemocionais
Essas habilidades referem-se não estritamente a uma formação cognitiva, mas à capacidade de lidar com emoções, se relacionar com o próximo e tomar decisões conscientes.
Primordial para assegurar o processo de formação integral dos estudantes, desenvolver as competências socioemocionais tornou-se uma exigência legal a partir das premissas da Base Nacional Comum Curricular (BNCC).
As habilidades socioemocionais são capacidades que ultrapassam a dimensão cognitiva e envolvem de forma muito mais profunda o lado emocional e psicológico do ser humano.
Essas competências mostram-se cada vez mais importantes na formação de um cidadão responsável e capaz de exercer papel ativo na sociedade.
A BNCC orienta que todas as escolas brasileiras devem incluir as habilidades socioemocionais em seus currículos, para assegurar o processo de formação integral dos estudantes. Ou seja, as práticas pedagógicas devem ir além do modelo conteudista de educação e assegurar a formação dos alunos em uma dimensão social e emocional.
Das 10 competências gerais da BNCC que devem ser trabalhadas ao longo de toda a Educação Básica, quatro se destacam por trazer o ensino socioemocional de forma mais clara. Embora permeie todas as dez competências, os itens 6, 8, 9 e 10 trazem o aspecto social e emocional com notoriedade. Confira essas 4 competências:
6. Valorizar a diversidade de saberes e vivências culturais e apropriar-se de conhecimentos e experiências que lhe possibilitem entender as relações próprias do mundo do trabalho e fazer escolhas alinhadas ao exercício da cidadania e ao seu projeto de vida, com liberdade, autonomia, consciência crítica e responsabilidade.
8. Conhecer-se, apreciar-se e cuidar de sua saúde física e emocional, compreendendo-se na diversidade humana e reconhecendo suas emoções e as dos outros, com autocrítica e capacidade para lidar com elas.
9. Exercitar a empatia, o diálogo, a resolução de conflitos e a cooperação, fazendo-se respeitar e promovendo o respeito ao outro e aos direitos humanos, com acolhimento e valorização da diversidade de indivíduos e de grupos sociais, seus saberes, identidades, culturas e potencialidades, sem preconceitos de qualquer natureza.
10. Agir pessoal e coletivamente com autonomia, responsabilidade, flexibilidade, resiliência e determinação, tomando decisões com base em princípios éticos, democráticos, inclusivos, sustentáveis e solidários.