O desafio de sobrevivência da democracia aos ataques das fake news


A proliferação de notícias falsas é uma ameaça à democracia brasileira, sobretudo com o advento das redes sociais, que proporcionam uma difusão sem precedentes de todo tipo de conteúdo. Com o avanço das plataformas digitais, políticos encontram na internet um terreno fértil para disseminar informações descomprometidas com a realidade com fins eleitoreiros. A desinformação compromete o entendimento da realidade pela população, ferindo a própria Carta Magna.

É previsto na Constituição Federal de 1988 que é direito de todo cidadão brasileiro ter acesso a informações de seu interesse, ampliando a compreensão do contexto em que está inserido. No entanto, o cenário vivido por milhões de brasileiros se diverge dos ideais democráticos, pois utilizam táticas de terrorismo, atraindo a atenção do público para logo em seguida causar caos. O produto final se baseia em ataques às instituições e à dignidade individual de autoridades e pessoas públicas que têm suas vidas expostas de forma criminosa.

No ambiente digital, o ódio ganha força com velocidade e a intenção do autor das fake news é de propagar o medo para causar impacto no maior número de pessoas, influenciando a opinião pública. Apesar de existir mecanismos eficientes para diminuir o compartilhamento desse conteúdo, muitos usuários contribuem com quem está por detrás do anonimato.

É, portanto, necessário que haja esforços para conter o avanço das fake news, como desafio para as democracias. Entende-se, nesse sentido, que o contexto do mundo pós-moderno se assemelha em vários aspectos às distopias retiradas da literatura, pois para se restabelecer o factual, o verossímil, a verdade se transforma em um ato revolucionário.