Pleonasmo ou redundância?
O ato de repetir, repetir, repetir e repetir palavras se torna algo que compromete a estética textual e causa no interlocutor uma confusão que poderá deixá-lo sem entender o que foi escrito. Mas quando repetir pode ou não pode?
O pleonasmo vicioso (redundância)
O exemplo que acirra a discussão é o seguinte: João pegou a escada e subiu para cima do telhado. Não é somente um “subiu pra cima”, quem sobe já sobe pra cima. Mas teve uma separação. João subiu (para) (cima do telhado). A regência do verbo subir aí pode ser em, a ou para. Diferente de apenas João subiu para cima.
O pleonasmo poético ou literário
Há o pleonasmo permitido sem considerar vício de linguagem. Pleonasmo, então, é, tecnicamente, uma figura de linguagem. É tratado na linguística e na literatura como uma forma legítima de comunicar no sentido de reforçar uma ideia, a despeito da repetição de alguns termos. Nesse caso, então, não há desperdício ou excesso de sentidos, o que causaria incompreensão. Ao contrário, o pleonasmo serve para dar força ao que está sendo expresso, ou mesmo mais clareza. Por exemplo: “Vi com estes meus olhos que a terra há de comer”.
MAIS
O pleonasmo como recurso estilístico, chamado comumente de pleonasmo poético, enriquece a expressão, dando ênfase à mensagem.
“Iam vinte anos desde aquele dia
Quando com os olhos eu quis ver de perto
Quanto em visão com os da saudade eu via.”
Pleonasmo vicioso, tautologia ou redundância
Apresenta-se como um vício de linguagem.
Vamos sair fora!
Que tal subir lá em cima e tomar um bom vinho?
Eu nasci há dez mil anos atrás.
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