Simbolismo
O Simbolismo é um movimento artístico que surgiu no século XIX e teve como principais características o subjetivismo, o espiritualismo, a religiosidade e o misticismo além de ser uma reação ao Parnasianismo e ao Realismo.
Na época em que se desenvolveu, o capitalismo e a industrialização estavam se consolidando na cena mundial, e diversas descobertas científicas transmitiam a ideia de evolução da civilização. No entanto, isso acabou gerando muitos problemas sociais, como o aumento das desigualdades, o que levou os artistas a negarem a ideia de progresso.
Essa corrente artística, que se manifestou na literatura e na pintura, se aproximou dos ideais românticos de subjetivismo, idealismo e individualismo. A objetividade foi posta de lado para dar lugar a uma nova abordagem mais subjetiva, individual, pessimista e ilógica.
Se por um lado ele apresentou uma ligação com o romantismo, por outro, o Simbolismo rejeitou as ideias dos movimentos anteriores do realismo, do parnasianismo e do naturalismo.
Ele se afastou do rigor estético e do equilíbrio formal do movimento parnasiano, buscando se distanciar do materialismo extremo e da razão. Explorou temas mais espirituais representando a realidade de uma forma diferente e mais idealizada.
Houve grande interesse pelas zonas mais profundas da mente humana, como o universo inconsciente e subconsciente, mostrando uma arte mais pessoal, emocional e misteriosa.
Contexto histórico
Surge nas últimas décadas do século XIX, na França, num momento em que o continente Europeu assistia à ascensão da burguesia industrial. O capitalismo se fortalecia com a II Revolução Industrial, permitindo a industrialização de diversos países.
Os filósofos Henri Bergson, Arthur Schopenhauer e Soren Kierkegaard, com suas reflexões, contribuíram para a formação das bases intelectuais do movimento simbolista europeu.
As teorias desses filósofos, marcadas pela agonia, pela melancolia e pelo pessimismo, mostraram a face cultural de um período da história europeia em que a descrença nos atributos racionais e a saturação das conquistas científicas conduziram à crença em uma decadência da civilização.
- Desigualdade social, levando a insatisfação dos trabalhadores mais pobres;
- Muitas inovações no campo científico levaram a ideia de progresso, como, por exemplo, o uso da energia elétrica, de produtos químicos e do petróleo para a produção de combustível;
- Há a disputa entre Inglaterra, Alemanha e Rússia pela diversificação de mercados, de consumidores e matéria-prima;
- Momento do neocolonialismo que fragmenta a África e a Ásia, devido ao imperialismo de alguns países europeus.
Características
- Uso excessivo de figuras de linguagem;
- Preferência pelos sonetos;
- Valorização da simbologia, em oposição ao cientificismo;
- Oposição ao mecanicismo e a aproximação do universo do sonho.
O simbolismo no Brasil surge em 1893 com a publicação de "Missal" e "Broquéis", de Cruz e Souza. Esse é considerado o maior representante do movimento no país, ao lado de Alphonsus de Guimarães. Em Portugal, o novo estilo teve início em 1890, com a publicação do livro Oaristos, de Eugênio de Castro.
O movimento permanece até o ano de 1910, quando se inicia o Pré-Modernismo. O momento é de agitação política, pois, com a Proclamação da República em 1889, o país estava passando por um momento de transição.
Na literatura, esse estado de espírito caracterizou o movimento conhecido como decadentismo, iniciado na França a partir da década de 1880 e que pode ser considerado um dos embriões do Simbolismo.
As fontes artísticas do Simbolismo estão localizadas principalmente na França. Com a publicação de As flores do mal, em 1857, Charles Baudelaire, traduzindo poeticamente o pessimismo e o subjetivismo da época.
Paul Verlaine, com seus Poemas saturnianos (1866), já fazia notar a influência de Baudelaire, destacando o papel da musicalidade na construção poética (música acima de todas as coisas – disse ele, em um de seus poemas).
Finalmente, Arthur Rimbaud estabeleceu, no soneto “Vogais”, relações (tomadas por muitos como absolutas, mas que o poeta jamais pretendeu que o fossem) entre letras, cores, sons e sensações, o que, com o resto de sua obra, representou uma importante fonte de inspiração da poesia simbolista e da arte moderna.
MAIS
Uso frequente de aliterações e assonâncias.
Musicalidade dos versos.
Uso de rimas pobres.
Procurou instalar um credo estético com base no subjetivismo.
Não precisar as coisas, antes sugeri-las.
Expressão indireta e simbólica.