Tipos de sujeito
O sujeito é a quem ou a que atribuímos à ação do verbo, segundo muitos gramáticos. Muitos deles ainda explicam que é ao sujeito a quem devemos atribuir uma suposta declaração ou constatar algo. Mas há aqueles que preferem explicar o sujeito como alguém ou algo de quem ou do que se fala.
O sujeito é facilmente identificado na oração através da utilização do método de perguntas, por exemplo: O ajudante da loja correu muito com o veículo. Logo, ao responder a pergunta “quem correu muito com o veículo?” identificará o sujeito da oração que, nesse caso, é “o ajudante da loja”.
ENTENDAMOS
O jarro quebrou.
Sujeito: O jarro.
Surgiram notícias sobre o evento.
Sujeito: notícias.
Ouviram do Ipiranga as margens plácidas
De um povo heroico o brado retumbante.
Sujeito: As margens plácidas.
IMPORTANTE
No último exemplo, é possível constatar a figura de linguagem hipérbato, quando ocorre e transposição ou inversão da ordem natural das palavras de um oração, para efeito estilístico. É importante observar que o Hino Nacional Brasileiro segue o estilo parnasiano, o que justifica a presença da linguagem rebuscada e a inversão sintática.
Fizeram a moça chorar.
O sujeito do verbo fizeram: S.I.
O sujeito do verbo chorar: a moça; logo, temos um S.S.
Fizeram-na chorar
1. Entendamos que, gramaticalmente, não é possível deslocar sintaticamente o pronome pessoal do caso reto ela, logo:
Em vez de: Fizeram ela chorar, teremos Fizeram-na chorar.
Então:
O sujeito do do verbo fizeram é: S.I.
O sujeito do verbo chorar é: o pronome oblíquo átono na, logo temos um S.S.
Eles deixaram-me sair.
O sujeito do verbo deixaram é: Eles, logo temos um S.S.
O sujeito do verbo sair é: o pronome oblíquo átono me, logo temos um S.S.
Daniel deixou-se apaixonar.
O sujeito do verbo deixou é: Daniel, logo temos um S.S.
O sujeito do verbo apaixonar é: se, logo temos um S.S.
O rapaz que sumiu era cruel.
O sujeito do verbo sumiu é: o pronome relativo que, logo temos um S.S.
O sujeito do verbo era é: O rapaz, logo temos um S.S.
Comprei o carro que eu queria.
O sujeito do verbo comprei é S.O.
O sujeito do verbo queria é: eu, logo temos um S.S.
Na cidade caíram as bombas.
O sujeito é: as bombas, logo temos um S.S.
SUJEITO POR REFERÊNCIA
Latiram a noite toda.
O sujeito é: latiram, logo, temos um S.S.
No entanto, quando houver referência em uma oração anterior, o sujeito vai alterar:
Os cães estavam tensos. Latiram a noite toda.
O sujeito do verbo estavam é: Os cães, logo temos um S.S.
O sujeito do verbo latiram é (eles) os cães, por referência. Logo, temos um S.O.
SUJEITO ORACIONAL
Basta que vocês venham à festa.
que é conjunção integrante;
venham é verbo.
Logo a oração introduzida pela conjunção integrante é uma oração com função de sujeito.
COM A PARTÍCULA 'SE'
Vendeu-se a casa.
Sujeito simples: a casa.
Se: pronome apassivador.
Cumprimentaram-se o pai e o filho.
Sujeito composto: o pai e o filho.
Se: pronome recíproco.
Come-se bem.
Sujeito indeterminado: Come (se)
Se: índice de indeterminação do sujeito.
Precisa-se de costureiras.
Sujeito inexistente: Precisa (se)
Se: índice de indeterminação do sujeito.
Aqui se vive de brisas.
Sujeito inexistente: Aqui (se).
Se: índice de indeterminação do sujeito.
Vende-se o dia todo.
Sujeito inexistente: Vende (se).
Se: índice de indeterminação do sujeito.
Os sujeitos são classificados em:
Sujeito determinado: quando o sujeito é identificado na oração. Nesse caso, o sujeito pode ser simples, composto, oculto.
Sujeito indeterminado: quando o sujeito não é identificado na oração.
Sujeito inexistente: quando as orações são construídas com verbos impessoais, os quais não admitem agentes de ação.
TIPOS DE SUJEITO
Sujeito simples
O sujeito simples é formado por um núcleo, ou seja, um termo principal, por exemplo:
O empregado da casa vendeu seu carro. (núcleo: empregado)
Eles estão sempre omitindo a verdade. (núcleo: Eles)
A folha caiu. (núcleo: folha)
Sujeito composto
O sujeito composto é aquele formado por dois ou mais núcleos, por exemplo:
Ana Maria e Joaquim terminaram o namoro. (núcleos: Ana Maria, Joaquim);
Eu, você e o nosso cão aqui, perdidos mais uma vez. (núcleos: Eu, você, cão);
Livros e cinema são o meu passatempo preferido. (núcleos: Livros, cinema).
Sujeito oculto (desinencial)
O sujeito oculto, também chamado de elíptico, desinencial ou implícito, é aquele que não está declarado na oração. Apesar disso, ele é classificado como determinado porque pode ser identificado pelo contexto e pela conjugação verbal presente na oração, por exemplo:
No trajeto para casa, (eu) passei pelo parque da cidade.
Note que pela conjugação verbal passei é fácil identificar a primeira pessoa do singular eu. Logo, No trajeto para casa, (eu) passei pelo parque da cidade.
(Nós) Gostamos de pular Carnaval.
(Ela/ele/você) Levou tudo para casa.
Arthur trabalha e estuda.
Há duas orações:
Arthur trabalha = sujeito simples
trabalha = sujeito desinencial (oculto)
Sujeito indeterminado
O sujeito indeterminado é aquele que não podemos identificar o agente da ação, nem pelo contexto, nem pela terminação verbal do enunciado. A despeito de o sujeito ser um termo essencial na oração, o sujeito inexistente pode se manifestar pelo desconhecimento ou desinteresse do agente que executa a ação.
Além disso, também acontece quando o verbo não se refere a uma pessoa determinada. Há três maneiras de identificá-lo:
1) com verbo na 3.ª pessoa do plural
Quando o verbo está na terceira pessoa do plural e não se refere a nenhum substantivo citado anteriormente na oração, por exemplo:
Disseram que ele foi eleito.
Capturaram o fugitivo.
Falavam mal o tempo todo.
2) com pronome se e verbo intransitivo, transitivo indireto ou de ligação na 3.ª pessoa do singular (de modo que não se consegue identificar quem pratica a ação), por exemplo:
Acorda-se feliz (VI).
Necessita-se de pessoas jovens (VTI).
Nem sempre se é justo nesse mundo (VL).
3) com verbo no infinitivo pessoal, por exemplo:
É difícil agradar a todos.
Seria bom pesquisar mais sobre o assunto.
Era bom viajar pelo mundo!
Sujeito inexistente
Nas orações sem sujeito, o sujeito é inexistente uma vez que são constituídos por verbos impessoais, ou seja, que não admitem agentes da ação, como é o caso de:
1) verbos que indicam fenômenos da natureza (amanheceu, anoiteceu, choveu, nevou, ventou, trovejou, etc.).
Exemplos:
Choveu muito nesta madrugada.
2) verbo haver, quando empregado com sentido de existir, acontecer e indicando tempo passado.
Exemplos:
Trovejou durante a noite.
Há boas palestras no congresso.
Está na hora do intervalo.
3) os verbos ser, fazer, haver, estar, ir e passar indicando tempo ou distância.
Exemplos:
Faz duas horas que ele partiu de trem.
MAIS
Não haverá danos
Sujeito inexistente.
Não existirão danos.
Sujeito simples.
Haver (no sentido de existir) e fazer (tempo decorrido) são verbos impessoais.
Além dos verbos haver e fazer, os verbos que manifestam fenômenos naturais são também verbos impessoais:
alvorecer
amanhecer
anoitecer
chover
chuviscar
escurecer
esquentar
estiar
garoar
gear
nevar
orvalhar
relampejar
saraivar
trovejar
ventar
DIFERENÇA SEMÂNTICA
Não haverá dívidas.
Não deverá haver dívidas.
Semanticamente é diferente, apesar de ambas as orações possuírem sujeitos inexistentes.
Núcleo do sujeito
É importante identificar o núcleo do sujeito, ou seja, o seu termo mais importante. Quando o sujeito é seguido de artigos, por exemplo, o núcleo é apenas o substantivo que vem depois dele.
Assim, embora artigo e substantivo sejam o sujeito, o seu núcleo é aquilo que semanticamente tem mais importância, por exemplo:
1) As meninas cantaram lindamente.
sujeito: As meninas.
núcleo do sujeito:meninas.
2) Os avós, os pais e seus filhos viviam na quinta.
sujeito: Os avós, os pais, seus filhos.
núcleo do sujeito: avós, pais, filhos.
MAIS
Temos vagas para vendedores
Sujeito oculto
Existem vagas para vendedores
Sujeito simples
Há vagas para vendedores
Oração sem sujeito
Precisa-se de vendedores
O sujeito é indeterminado, pois o verbo encontra-se na 3ª pessoa do singular acompanhado do pronome se - índice de indeterminação do sujeito.
MAIS
Verbo impessoal com sentido figurado
Um verbo impessoal, quando utilizado em sentido figurado, perde a sua impessoalidade, sendo conjugado no singular e no plural e indicando um sujeito, nas diversas pessoas do discurso. Isso acontece muitas vezes com os verbos que indicam fenômenos da natureza e atmosféricos.
Exemplos de verbo impessoal com sentido figurado
Choveram comentários inadequados nas redes sociais.
Comentários é sujeito.
Hoje eu amanheci de mau humor.
Eu é sujeito.
Haver no sentido de ter e ocorrer
O verbo haver pode ter sujeito quando utilizado no sentido de ter e acontecer/ocorrerem outros sentidos, como nos seguintes casos:
Ele houve grandes responsabilidades.
(Aqui, o verbo "haver" tem como sujeito "ele", no sentido de "possuir".)
No sentido de ocorrer ou acontecer em construções formais ou antigas:
Houveram guerras importantes na história.
(Nessa construção mais formal e arcaica, o verbo "haver" concorda com "guerras", assumindo um sujeito plural.)