O eu-lírico: o sujeito na literatura
Analisar um texto literário requer domínio de compreensão e interpretação de texto. Para isso, é necessário entender a realidade que domina o discurso, ciente de que um texto literário caracteriza-se pelo diálogo entre um emissor e um receptor. O emissor (ou locutor) é a pessoa que emite a mensagem enquanto o receptor (ou interlocutor) é a pessoa a quem a mensagem é remetida. A relação dialética entre os agentes da comunicação (emissor e receptor) são expressos pelos pronomes “eu” e “tu” (você), constituindo, assim, discursos únicos. Neste contexto, existe o sujeito poético, também chamado de eu-lírico, que, geralmente, refere-se ao sujeito na 1.ª pessoa.
Na literatura, o eu-lírico é quem revela-se por um texto poético, deixando transparecer sentimentos e sensações. O emissor que apresenta-se em um poema ou texto literário em prosa é o sujeito que não existe fora do discurso, sendo de sujeito de enunciação. Assim, para a literatura, o sujeito refere-se àquele que enuncia um discurso, uma mensagem ou um texto literário.
A diversidade realística do ensaísta português Fernando Pessoa demarca a pluralidade desses sujeitos. Assim como esse escritor, o filósofo Friedrich Hegel defendia que o sujeito individual, com os sua subjetividade, alegrias, admirações, dores e sensações, é o que dá forma ao conteúdo da poesia lírica e, não, o simples desenvolvimento de ações.