Fragmento 46
Sabia, no fundo, que todo carnaval chegava ao fim, mas enquanto isso, tornava-se refém da liberdade. Naqueles dias, acordava atordoado, ainda com o gosto de um beijo doce, ao som de uma antiga marchinha, tão antiga quanto aquele pedaço de chão. Era época da celebração dos corpos, em meio a tantos desejos e devaneios soltos. Vivia perdido no tempo entre fantasias dionisíacas. Amava, desalinhadamente, sem pudor. Era carnaval.Alecto Grego