Fragmento 39


Fui atingido em cheio ao me desferir um golpe visceral quando revelado que o que na verdade eu sinto por Pedro vai muito além de amor ou amizade – impulsos demasiadamente humanos. Esse interesse “genuíno”, o amor, o carinho, a preocupação e, inclusive, o ciúme por Pedro, nada mais é do que egoísmo, cinismo, orgulho e vaidade. Será que eu amo o desejo, e não o desejado? O meu apego não diria respeito somente às sensações que permeiam o elo que existe entre mim e Pedro, e não a pessoa de Pedro?

Alecto Grego