Didática: Métodos de Ensino
Segundo Piletti (2010), estratégia é uma descrição dos meios disponíveis pelo professor para atingir os objetivos específicos. No caso do método, é um caminho a seguir para se alcançar um fim, o que para o professor acaba por ser um roteiro geral para a atividade; é um caminho que leva até certo ponto, não sendo o veículo de chegada, pois este é a técnica. A técnica é uma forma de operacionalizar o método, como a escolha de diferentes formas de aplicar o ensino, por exemplo, dinâmica de grupo, dramatização etc. Já os procedimentos são a maneira de efetuar algo, consistem na descrição das atividades desenvolvidas pelo professor e pelos alunos.
Libâneo (1990, p. 158-159), explicando sobre a utilização de métodos ativos, defende que, ao invés de adotar a máxima “aprender fazendo”, deve-se adotar a do “aprender pensando naquilo que faz”. E, para isso, sugere algumas recomendações práticas em relação a esse princípio, como:
- esclarecer os alunos sobre os objetivos da aula e sobre a importância dos novos conhecimentos para a sequência dos estudos, ou para atender necessidades futuras;
- provocar a explicitação da contradição entre ideias e experiências que os alunos possuem sobre um fato ou objeto de estudo e o conhecimento científico sobre esse fato ou objeto de estudo;
- criar condições didáticas nas quais os alunos possam a desenvolver métodos próprios de compreensão e assimilação de conceitos e habilidades (explicar como resolveu um problema, tirar conclusões sobre dados da realidade, fundamentar uma opinião, seguir regras para desempenhar uma tarefa etc.);
- estimular os alunos a expor e defender pontos de vista, conclusões sobre uma observação ou experimento e a confrontá-los com outras opiniões;
- formular perguntas ou propor tarefas que requeiram a exercitação do pensamento e soluções criativas;
- criar situações didáticas (discussões, exercícios, provas, conversação dirigida etc.) em que os alunos possam aplicar conteúdos a situações novas ou a problemas do meio social;
- desenvolver formas didáticas variadas de aplicação do método de solução de problemas.
TIPOS DE MÉTODOS
No método de exposição pelo professor ou aula expositiva, os conhecimentos, as habilidades e as tarefas são apresentados, explicados ou demonstrados pelo professor, tendo os alunos a necessidade da atitude receptiva. O professor expõe por meio da lógica a matéria, buscando provocar a reflexão nos alunos e tentando combinar outros procedimentos, como o trabalho independente, a conversação e o trabalho em grupo. Deve ser utilizado apenas quando não é possível prover a relação direta do aluno com o conhecimento.
No método de trabalho independente, as tarefas são dirigidas e orientadas pelo professor, para que os alunos as resolvam de modo individual e criativo. Pressupõe determinados conhecimentos, compreensão de tarefas e do seu objetivo, o domínio do método de solução, de modo que os alunos possam aplicar conhecimentos e habilidades sem a orientação direta do professor. Pode ser desenvolvido em três etapas: na tarefa preparatória, os alunos devem escrever o que pensam sobre o assunto tratado, colhendo dados e observações, respondendo a um breve questionário ou teste, fazendo uma redação sobre um tema; dessa forma, verificam-se os conhecimentos prévios dos sujeitos. A segunda são tarefas de assimilação do conteúdo, que consiste em exercícios de aprofundamento e aplicação dos temas tratados, estudo dirigido, solução de problemas, pesquisa com base em um problema novo, leitura do texto do livro, desenho de mapas depois de uma aula de Geografia etc. A terceira são as tarefas de elaboração pessoal, que são exercícios nos quais os alunos produzem respostas surgidas do seu próprio pensamento. O modo prático de solicitar esse tipo de tarefa é fazer uma pergunta ao aluno que o leve a pensar: o que aconteceria se..., o que devemos fazer quando..., o aluno também pode relatar o que viu ou observou (uma planta, um animal, uma experiência, um estudo do meio etc.).
Outro método interessante é o da elaboração conjunta, que é uma forma de interação ativa entre o professor e os alunos, visando à obtenção de novos conhecimentos, habilidades, atitudes e convicções, bem como a fixação e consolidação de conhecimentos e convicções já adquiridos. A forma mais típica desse método é a conversação didática ou aula dialogada. Mas a conversação é algo mais, é pautada numa conversa aberta com a contribuição do professor e dos alunos, com a pergunta tendo sido preparada cuidadosamente para que seja compreendida pelo aluno, iniciada com um pronome interrogativo correto (o que, quando, quanto, por que etc.) e deve estimular uma resposta pensada e não simplesmente sim ou não. Por exemplo: como podemos distinguir as aves dos mamíferos? Por que uma planta germina e cresce? São perguntas que vão além de uma resposta simples.
O método de trabalho em grupo consiste basicamente em distribuir temas de estudo iguais ou diferentes a grupos fixos ou variáveis, compostos de 3 a 5 alunos. São sempre de caráter transitório, ou seja, empregados eventualmente, conjugados com outros métodos de exposição e de trabalho independente. A principal finalidade é obter cooperação dos alunos entre si na realização da tarefa; por isso, exige-se que seja precedida de uma exposição, conversação introdutória e instruções claras.
AVALIAÇÃO
A avaliação é uma tarefa didática necessária e permanente do trabalho docente, que deve acompanhar passo a passo o processo de ensino e aprendizagem. Através dela, os resultados que vão sendo obtidos no decorrer do trabalho conjunto do professor e dos alunos são comparados com os objetivos propostos, a fim de constatar progressos, dificuldades e reorientar o trabalho para as correções necessárias. A avaliação é uma reflexão sobre o nível de qualidade do trabalho escolar tanto do professor como dos alunos. Os dados coletados no decurso do processo de ensino, quantitativos ou qualitativos, são interpretados em relação a um padrão de desempenho e expressos em juízos de valor (muito bom, bom, satisfatório etc.) acerca do aproveitamento escolar (LIBÂNEO, 1990, p. 195).